Nação Valente e Imortal

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"Desfralda a invicta bandeira à luz viva do teu céu"

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Diário de uma crise (A Revolta, episódio 47)

Não é igual trabalhar mais tempo pelo mesmo dinheiro a receber menos dinheiro e trabalhar o mesmo!!!
Há quem defenda que isto é equidade...
De facto não é, ainda quando estas medidas são aplicadas de forma diferente e em sectores sociais diferentes, mesmo que contabilisticamente fossem equivalentes, o que não se verifica.

Setor privado: extensão do período diário de trabalho em mais 1/2 hora, medida que será aplicada a todos os trabalhadores. De igual forma, em teoria, todos os trabalhadores verão reduzida a sua remuneração por hora em 0.5/8 que corresponde a redução de 6.25% do salário/hora, mas que no final do mês fará com que esse mesmo trabalhador traga para casa o mesmo salário anterior!

Setor público: redução de 2 em 14 meses de vencimento para pessoas com salários acima de 1.000 euros e outras percentagens de redução acima do ordenado mínimo. Quem ganhar de salário base 1.000 euros ou superior receberá menos 14.29% do salário/hora, mas no final do ano terá recebido efectivamente menos 14.29% de ordenado.

Quando se fala de ordenados elevados, talvez as pessoas prefirem receber menos salário do que trabalhar mais horas. Mas quando não há margem para poupanças ou extravagâncias, qualquer corte nos salários implica uma dificuldade acrescida para a sobrevivência, decerto que a opção dessas pessoas seria a de poder trabalhar mais tempo e não lhes verem reduzidas as prestações do trabalho.

Não há equidade quantitativa, nem social, isso é uma miragem que só o (des)"Governo de Portgal" (R) é que vê!!!´Estas medidas são carregadas de injustiça e originam maior fragmentação social e atirará muita gente para a pobreza, com consequências sociais que ninguém deseja.

Os cortes salariais não contribuem para a competitividade, muito pelo contrário, geram desmotivação com consequências reais negativas na produção. Por isso é que nem os patrões os desejam, sabem as consequências de tal atitude.

Acham que a máquina do Estado vai funcionar melhor depois disto tudo? Tenho resposta: NÃO! Será pior ainda...

A extinção de posto de trabalho, ao contrário do que tem sido até aqui, não vai distinguir a antiguidade, ou seja, a mobilidade de posto de trabalho não vai ser dada prioritariamente aos funcionários mais antigos (por norma mais velhos) o que vai fazer com que pessoas com mais idade sejam despedidas e após isso com menos capacidade de reintegração no mercado de trabalho. Também tem consequências socias muito graves esta medida...

Antevejo com isto tudo a maior crise social em Portugal da história da minha vida que praticamente da idade do 25 de Abril. Temo as suas consequências, para o nosso futuro, para as gerações do pós 25 de Abril, para as prespetivas dos jovens, para o fim de vida dos menos jovens... não há nenhum sinal de esperança! É esta a herança que deixamos para os próximos anos.

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